Sem dúvida alguma, Julian Bream foi um dos mais impressionantes artistas do pós-guerra, sendo grande responsável por consolidar o violão na tradição clássica, atento a sua história e expandindo o repertório do instrumento.

Nascido em um distrito a sudoeste de Londres, Battersea, em 1933, Julian Bream teve seu primeiro contato com a música através do seu pai, que lhe ensinou violão e piano. O instrumento de seis cordas até então, seria um hobby para Bream.

“O violão era um hobby, mas certa altura ele me pareceu um instrumento com muitas possibilidades: uma delas, o fato de que ninguém mais o tocava”. (BREAN, 1990)

Julian Bream afirma ter sido influenciado no violão pelo estilo Andres Segovia e Francisco Tarrega. Aliás, Segovia, foi responsável por fornecer uma bolsa de estudos e ajuda pessoal para que Bream continuasse os seus estudos formais de música.

Em toda a sua trajetória na música, não foram apenas o violão e o piano que Julian Bream teve contato, o Alaúde também fez parte da sua história musical, sendo um dos primeiros alaudistas do século XX, sendo o primeiro a tocar no instrumento uma suíte completa de Johann Sebastian Bach.

Importante salientar que a música antiga sempre teve papel importante e fundamental em sua trajetória, se destacando como um dos principais nomes na interpretação das músicas desse período.

Ao longo de sua carreira, Bream lançou mais de quarenta discos, e recebeu o Grammy por quatro vezes. Foi responsável por uma série de gravações da música de Villa-Lobos, além de ter divulgado o trabalho do compositor constantemente. Podemos dizer que a sua importância  para a música brasileira  não pode ser diminuída.

Julian Bream se aposentou em 2002, após sofrer uma queda na rua.

“O que mais incomoda, é que tenho certeza de que sou hoje um músico muito melhor do que era. Mas não tenho como provar.”(BREAN, The Guardian)

Infelizmente Julian Bream nos deixa hoje, 14 de Agosto de 2020, mas o seu legado continuara influenciando os estudantes de violão eternamente, geração após geração.

Prepare uma xícara de café e se delicie ouvindo essa maravilhosa interpretação de Julian Bream tocando o que temos de melhor na história da música erudita do nosso pais: Heitor Villa-Lobos.

Bibliografia:

BUTTON. Stuart M. Julian Bream: the fundation of a musical career, Aldershot, Ashgate, 1997.

Fonte da imagem:

https://www.concerto.com.br/noticias/musica-classica/julian-bream-1933-2020

 

Guilherme Santos

Autor Guilherme Santos

Iniciou seus estudos musicais com o Maestro Pedro Cameron, com quem estudou teoria musical, harmonia, regência, e se encantou pelos estudos do violão erudito e a música clássica. Participante de Masterclass pelo Brasil com os principais nomes do violão erudito e regentes, como o Maestro John Neschling, e os violonistas Pavel Stadl, Jorge Cabalero, e Fabio Zanon. Regente e diretor artístico da Camerata de Violões de Rio Claro , onde realiza trabalhos pedagógicos e concertos por todo o Estado de São Paulo, além de desenvolver projeto de formação de público e fomentação do repertório do violão erudito como solista!

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