Um dos gêneros mais apreciado das salas de concerto e muito presente em bailes de debutantes e casamentos, a valsa é a dança de salão mais popular do século XIX!

Duas hipóteses explicam o surgimento da valsa: a primeira afirma que ela seria originária da região da Provence, no sudoeste da França, a partir da dança La Volta, que como o próprio nome sugere, é caracterizada pelos giros que o casal realiza.

Segundo a edição do jornal “La Patrie” de 17 de janeiro de 1882, a famosa dança é datada de 1559. Durante o século XVI, a La Volta se tornaria um estilo muito popular nos salões de baile do ocidente europeu, principalmente França e Inglaterra. Em uma pintura pertencente à Escola Francesa de Valois, esta representado a Rainha Elisabeth I dançando com o Conde de Leicester a tal famosa dança, sendo responsável pela sua divulgação entre a classe aristocrática.

Já a segunda versão sobre o surgimento da valsa é baseada em vários escritos a partir do século XVI, que retratam uma dança “deslizante” vinda das regiões da Áustria e Alemanha. Esse estilo era chamado de Walzer, que assim como La Volta, era caracterizada pelos giros realizados pelo casal.

As composições, que lembram o que conhecemos hoje como Valsa Vienense começaram a surgir no final do século XVIII, mas a composição responsável por popularizar a valsa nos salões de Viena a partir de 1780, foi o final do segundo ato da ópera “Una Cosa Rara” de Martin y Soler.

A partir dos anos 1800 a valsa passa a ser considerada “indecente e desordeira”, causando imensos preconceitos sobre o estilo, e até sendo proibida a sua execução em alguns países, como é o caso da Alemanha.

Esse preconceito só foi quebrado no inicio do século XIX, especialmente com as composições da família Strauss, que com suas valsa belas, suaves e melodiosas, tornara-a mais elegante e deslizante, ganhando de volta a aceitação da sociedade.

Apesar de não ficar claro uma junção entre as duas danças (La Volta e Walzer), fica visível uma ligação cronológica entre as duas que possibilitaram o surgimento da valsa como a admiramos hoje.

Pegue uma xícara de café e curta uma das valsas mais famosas do repertorio das salas de concerto: O Danúbio Azul, composta por Johann Straus.

Bibliografia:

CARPEUX, Otto Maria: O Livro de Ouro da História da Musica, 2001.

MEDAGLIA, Julio: Música, Maestro, 2008.

Fonte da imagem:

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Guilherme Santos

Autor Guilherme Santos

Iniciou seus estudos musicais com o Maestro Pedro Cameron, com quem estudou teoria musical, harmonia, regência, e se encantou pelos estudos do violão erudito e a música clássica. Participante de Masterclass pelo Brasil com os principais nomes do violão erudito e regentes, como o Maestro John Neschling, e os violonistas Pavel Stadl, Jorge Cabalero, e Fabio Zanon. Regente e diretor artístico da Camerata de Violões de Rio Claro , onde realiza trabalhos pedagógicos e concertos por todo o Estado de São Paulo, além de desenvolver projeto de formação de público e fomentação do repertório do violão erudito como solista!

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