Estou entrando em uma fase da vida, em que muitos dos meus amigos estão se casando, e é impossível não pensar no Cânone de Pachelbel ao aceitar cada convite.
Pouca importância se dá ao compositor do barroco alemão: Johann Pachelbel. Professor do irmão mais velho de Johann Sebastian Bach, foi influente da música do mestre desse período.
Estudioso dos estilos musicais da época, Pachelbel escreveu várias tocatas, fantasias e fugas. Contudo, foi o seu Cânone em Ré Maior que se imortalizou no repertorio erudito.
Escrita para três violinos e um baixo continuo, a estrutura da música é matematicamente perfeita, fazendo com que cada violino toque a mesma música a dois compassos de intervalo, enquanto um baixo continuo executa uma passagem curta e simples de oito notas repetidas sucessivamente.
O tema da peça inicia lento, tornando-se mais rápido e ornamentado a medida que se desenvolve.
Esta obra, mais do que o seu compositor, alcançou fama mundial até os dias de hoje, mas nem sempre foi assim. Composta para o casamento de Johann Chistoph Bach (Irmão mais velho de Bach), em 23 de Outubro de 1694, a música caiu em esquecimento até os anos 1970, quando o maestro francês Jean-François Paillard a gravou.
Desde então, o Cânone foi gravado centenas de vezes, sendo muito utilizada em comerciais, filmes, remix, e principalmente em cerimonias de casamento, se tornando assim a música clássica mais tocada atualmente.
O Cânone é uma música repetitiva, aonde cada instrumento entra indivualmente, tocando a música desde seu inicio, se desenvolvendo e se harmonizando numa matemática que não há margens para erro.
Portanto, caro leitor, escutar um Cânone requer o máximo de concentração para entender sua estrutura.
Prepare uma xicara de café e se delicie a suavidade e doçura dessa obra prima mortal, do seu esquecido Johann Pachelbel.
Bibliografia
Welter, Kathryn J. 1998. Johann Pachelbel: Organist, Teacher, Composer, A Critical Reexamination of His Life, Works, and Historical Significance.