Sempre penso que todo brasileiro não poderia perder a oportunidade de viajar a Argentina, se sentar em uma clássica cafeteria, e degustar de um ótimo tango, sem preconceitos.
Sem uma origem muito clara, este estilo de música predominante do contexto argentino e uruguaio, tem o início da sua popularidade nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevideo, tendo as suas influencias estilísticas da Polka, Habanera e Milonga.
Já que o assunto é tango, tenho que reverenciar o seu grande mestre: Astor Piazzolla. Revolucionário do estilo, o compositor brilhantemente consegue fazer a fusão entre a música clássica e o jazz, consolidando o que os argentinos chamam de “nuevo tango”.
A inspiração melancólica de conduzir o seu acordeon, conquistou não apenas os seus conterrâneos, mas o mundo inteiro, universalizando os elementos interpretativos de diversas culturas em sua moderna música.
Dentre as suas belas e sedutoras obras, não podemos deixar de salientar a importância de “Libertango”. Gravada em 1974, em Milão, como o seu próprio nome já diz: Liberdade e Tango. É uma música revolucionaria, moderna, com infinitas interpretações a serem brilhantemente exploradas pela posteridade. É o “nuevo tango” que consolida a genialidade do nome da música argentina. “Libertango” é uma viagem sem fim. A cada versão, interpretação, formação, gravação, me deixa convencido de que essa obra é infinita musicalmente, tornando Piazzolla imortal.
Deixo abaixo um raro vídeo de 1977, onde de uma nevoa de dissonâncias jazzísticas criado pela guitarra, baixo, bateria e piano, surge o acordeon de Astor Piazzola com sua melodia sedutora argentina acompanhado pelo contracanto da flauta doce.
Preparem uma xicara de café e se deixem levar pelas melancólicas e inspiradoras ruas de Buenos Aires.
Bibliografia:
Azzi, Maria Susana. Le Grand Tango: The Life and Musica of Astor Piazzolla. Editora: Oxford University Press, 2000.
Fonte da Imagem: http://www.verytangostore.com/legends/astor-piazzolla.html